ZZootecnia Tropical > Sumario de la Colección > Volumen 21

Zootecnia Trop., 21(3):275-287. 2003

Diferentes graus de moagem dos ingredientes em dietas peletizadas para a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus L.) em fase de crescimento. Desempenho e digestibilidade aparente

Claudemir Martins Soares1*, Carmino Hayashi1, Wilson Rogério Boscolo2  
e Fábio Meurer2

1 Departamento de Biologia, Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Av. Colombo, 5790, Jd. Universitário, Maringá-Paraná, Brasil, CEP 97020-900.
2  Programa de Pós-Graduação em Zootecnia,UEM. Maringá-Paraná, Brasil.


RESUMO

Objetivando avaliar os efeitos de diferentes graus de moagem dos ingredientes (GMI) em dietas peletizadas sobre o desempenho e características de carcaça da tilápia do Nilo, foram utilizados 100 alevinos com peso inicial médio de 11,92 ± 0,29g, em um delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições. As dietas diferiram quanto ao GMI dos ingredientes em peneiras com 0,50; 0,75; 1,00 e 1,50 mm. Realizou-se um ensaio de digestibilidade com peixes com em media 47,81 ± 9,97 g e com as mesmas dietas. Observou-se efeito quadrático (P<0,05) sobre peso final médio, percentagem de ganho de peso, comprimento total final, conversão alimentar aparente e taxa de eficiência protéica com os maiores valores em 0,782; 0,789; 0,739; 0,656 e 0,734mm, respectivamente. Enquanto os rendimentos de corpo e de filé e a percentagem de gordura visceral apresentaram menores valores 0,969; 0,100; 0,877mm, respectivamente. O rendimento de carcaça apresentou aumento linear e o fator de condição não foi afetado pelos GMI utilizados. Os graus de moagem dos ingredientes proporcionaram efeito quadrático (P<0,02) nos CDA da matéria seca, PB, e energia bruta das dietas com valores máximos a 0,691; 0,572 e 0,716 mm, respectivamente. Conclui-se que a moagem dos ingredientes em peneira com abertura de 0,79 mm é a mais adequada para a confecção de dietas peletizadas para a tilápia do Nilo em fase de crescimento.

Palavras-Chave: Desempenho, Granulometria, Oreochromis niloticus, moagem, processamento, tilápia do Nilo.

INTRODUÇÃO

Em piscicultura os custos com alimentação representam cerca de 70% dos custos de produção (Meer et al., 1995). Desta forma técnicas que visem minimizar os custos de produção são de grande importância. Durante a formulação e processamento de dietas para peixes deve-se ater à presença de nutrientes, que supram suas exigências para o crescimento, mantença, e sanidade. As dietas devem ser processadas de forma que sejam rapidamente consumida e utilizada pelos mesmos (NRC, 1993; Wilson, 1995). Para que ocorra o desenvolvimento da aquicultura, além de se obter informações que possibilitem a formulação de dietas que atendam as exigências das espécies com potencial zootécnico (Pezzato, 1995), deve-se estudar técnicas de processamento que visem proporcionar melhor aproveitamento dos nutrientes das dietas o que possibilitará a redução de custos de produção e menor impacto ao meio ambiente. Um grau fino de moagem é pré-requisito para uma boa estabilidade das dietas peletizadas na água, e aumenta a eficiência alimentar dos peixes (Carneiro et al., 1992; Pezzato, 1995; Kubitza, 1997). A eficiência da digestão dos alimentos pode ser influenciada, entre outros fatores, pela superfície da exposição destes às secreções digestivas, bem como pelo tempo de passagem pelo trato gastrointestinal (NRC, 1993). A moagem dos alimentos reduz o tamanho das partículas, expondo maior área para a ação de enzimas digestivas (Monticelli et al., 1996; Laurinen et al. 2000). Entretanto pode reduzir a velocidade de trânsito do alimento no trato gastro intestinal (Hayashi et al., 1999; Sveier et al., 1999).

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a utilização de diferentes graus de moagem dos ingredientes em dietas peletizadas sobre o desempenho e características de carcaça e digestibilidade da dieta pela tilápia do Nilo.

MATERIALES E MÉTODOS

Este experimento com dudieta de 60 dias, foi realizado no Laboratório do de Aquicultura do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá. Para o experimento de desempenho foram utilizados 100 tilápias variedade Tailandesa, revertidas sexualmente para machos no período larval, com peso inicial médio de 11,92 ± 0,29g, distribuídos em 20 tanques em um delineamento em blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições.

Foram utilizados cinco tanques de concretos divididos cada um em quatro tanques com capacidade para 200 l, através de molduras com tela sombrite. As instalações eram providas de aedieta por uma pedra porosa em cada tanque ligadas a compressores portáteis. Foram instalados biofiltros internos em cano de PVC de 10 cm de diâmetro e 80 cm de altura, com pedra brita sendo a circulação destes realizada por meio de aedieta com uma cânula com pedra porosa atingindo a metade de altura do biofiltro. Durante todo o período experimental foi mantida a circulação de 25% do volume total de água de cada tanque por dia, sendo realizadas sifonagem dos fundos dos tanques diariamente pela manhã e tarde para retirar as fezes.

As dietas com a mesma composição (Tabela 1) diferiram quanto ao grau de moagem dos ingredientes (milho, farelo de soja, farinha de peixe e bagaço de cana hidrolizado) os quais foram obtidos utilizando-se um moinho tipo faca com peneiras com diferentes aberturas (0,50; 0,75; 1,00; e 1,50 mm). Após a mistura dos ingredientes as dietas foram umedecidas (cerca de 25% do peso) em água a 50 ºC, procedendo-se então a peletização em moinho de carne e secagem em estufa de ventilação forçada por 24 horas. A quantidade de dieta a ser fornecida foi corrigida a cada 10 dias mediante pesagem de todos os indivíduos de cada unidade experimental, sendo o arraçoamento realizado na proporção de 5 a 8% do peso vivo dia.

Semanalmente foram tomados as medidas dos parâmetros pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido. Enquanto a temperatura foi tomada diariamente pela manhã e tarde.

A taxa de eficiência protéica nos diferentes tratamentos, foi calculada segundo expressão de Jauncey e Ross (1982).

Tabela 1. Composição percentual e química das dietas experimentais (matéria natural)1.


Alimentos (%)

Nutrientes (valores calculados)


Milho

30,04

Energia digestível (kcal/kg)2

2.970,00

Farelo de soja

56,74

Cálcio (%)

1,00

Farinha de peixe

3,00

Fósforo disponível (%)

0,50

Bagaço de cana hidrolizado

4,88

Fibra bruta (%)

6,00

Fosfato bicálcico

2,28

Extrato etéreo (%)

4,00

Calcário

0,18

Linoléico (%)

1,88

Óleo de soja

2,05

Lisina (%)

1,86

Premix mineral e vitamínico

0,50

Metionina + cistina (%)

1,04

Sal comum

0,50

Proteína bruta (%)3

31,15


1 Baseados na composição tabelada para o milho, farelo de soja, e farinha de peixe, calcário e fosfato bicálcico por Rostagno et al. (1994)
2 Com base nos valores de energia digestível para tilápia propostos para milho: 3 020 kcal/kg e farinha de peixe: 4 040 kcal/kg pelo NRC (1993); para o farelo de soja: 2 667 kcal/kg por Pezzato (1995) e para o óleo de soja: 8.648 por Sintayehu et al. (1996).
3
Analise Laboratório de alimentos DZO - UEM

Ao final do experimento os peixes foram mantidos em jejum por dois dias, para serem abatidos, realizando-se pesagens do peixe limpo (peixes isento de vísceras, rastros branquiais e branquias), da carcaça (peixe limpo isento de cabeça, pele e das nadadeiras, peitorais, pélvicas e dorsal), do filé e da gordura visceral. Os filés foram mantidos sob refrigedieta a -5ºC, para posteriores determinações dos teores de umidade, cinzas, proteína bruta e extrato etéreo dos mesmos segundo as metodologias descritas por Silva (1990).

Realizou-se um ensaio de digestibilidade para a determinação dos coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da matéria seca, proteína bruta e energia das dietas com os diferentes graus de moagem dos alimentos utilizando-se como indicador interno 0,1% de óxido de crômio (Cr2O3). Foram utilizados 76 tilápias do Nilo com peso e comprimento total médios de 47,81 ± 9,97 g e 14,43 ± 1,35 cm, respectivamente. Os peixes foram adaptados as diferentes dietas por um período de cinco dias. Durante fase de coletas de fezes os peixes foram mantidos em dois tanques rede cilíndricos com dimensões de 69 cm altura e 44 cm de diâmetro os quais eram mantidos em dois tanques de concreto com capacidade para 500 l. O arraçoamento foi realizado duas vezes pela manhã e a cada meia hora durante a tarde (13:30 às 18:00 hs) as 18:10 os tanques rede eram transferidos para dois aquários de digestibilidade cônicos com copo coletor no fundo para retirada das fezes, com capacidade para 150 l, providas de sistema de aedieta constante. Diariamente trocava-se toda a águas dos aquários de digestibilidade.

A determinação dos valores matéria seca e proteína bruta das dietas e das fezes foram realizados de acordo com Silva (1990), enquanto que para obtenção dos valores de energia bruta as amostras foram queimadas e bomba calorimétrica.

A determinação das percentagens de óxido de crômio (Cr2O3) foi realizada segundo Graner et al. (1992). Para se determinar o coeficiente de digestibilidade das dietas foram utilizadas as expressões descritas por Mukhopadhyay e Ray (1997):

Digestibilidade aparente da matéria seca

em que:

DAMS = digestibilidade aparente da matéria seca;

%Id e %If = porcentagem do indicador na dieta nas fezes, respectivamente;

%Nf %Nfd= porcentagem do nutriente nas fezes e na dieta, respectivamente.

Digestibilidade aparente do nutriente da dieta:

 

em que:

DAN = digestibilidade aparente do nutriente;

%Id e % If = porcentagem do indicador na dieta e nas fezes, respectivamente;

%Nf %Nd= porcentagem do nutriente nas fezes e na dieta, respectivamente.

 

Os valores das variáveis peso final, percentagem de ganho de peso, comprimento total, conversão alimentar aparente, taxa de eficiência protéica, rendimentos de peixe limpo, corpo e filé, percentagem de gordura visceral e os CDA da matéria seca, proteína bruta, energia bruta foram submetidos a análise de variância a 5% de probabilidade e em caso de diferenças estatísticas a análise de regressão polinomial pelo programa computacional Sistemas de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG) descrito por Euclydes (1983).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios dos parâmetros físicos químicos durante o período experimental foram de 24,53±1,17 ºC; 4,79±1,79 mg/l; 6,92± 0,58 e 174,18±1,00 µS/cm, para a temperatura, oxigênio dissolvido, pH e condutividade elétrica, respectivamente. Estes valores estão destro das faixas recomendadas para o cultivo de peixes por Sipaúba-Tavares (1994) e Egna e Boyd (1997).

Os valores médios das características de desempenho e de carcaça e dos coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes e nutrientes digestíveis de tilápias do Nilo alimentadas com dietas confeccionadas com ingredientes submetidos à moagem em peneiras com diferentes aberturas de estão apresentados nas Tabela 2 e 3, respectivamente.

Observou-se efeito quadrático (P<0,05; Tabela 2) dos graus de moagem utilizados sobre o peso final médio, percentagem de ganho de peso, comprimento total final, conversão alimentar aparente e taxa de eficiência protéica com os melhores índices em 0,782; 0,789; 0,739; 0,656 e 0,734 mm de abertura de peneira, respectivamente.

Os graus de moagem dos ingredientes (Tabela 3) da dieta proporcionaram efeito quadrático (P<0,02) nos CDA da matéria seca, PB, e energia bruta das dietas com valores máximos a 0,691; 0,572 e 0,716 mm, respectivamente. Os melhores valores das características de desempenho produtivo com o uso das dietas com graus mais finos de moagem se devem ao melhor aproveitamento destas dietas conforme observado nos CDA dos nutrientes das mesmas apresentados no ensaio de digestibilidade.

Enquanto os valores de composição de corpórea dos peixes submetidos ás diferentes dietas estão na Tabela 4.

Os resultados obtidos devem estar relacionados com a menor superfície de exposição dos alimentos às enzimas digestivas nas dietas com maiores tamanhos das partículas conforme relatado por Monticelli et al. (1996) e Kubitza (1997) e ainda a maior velocidade de transito do alimento com maior granulometria como observado para a tilápia do Nilo por Hayashi et al. (1999) e para suínos por Laurinen et al. (2000), estes fatores promovem altedietas na eficiência alimentar pelos animais devido a mudanças nos CDA dos nutrientes das dietas e consequentemente tem efeito direto sobre o desempenho dos animais.

Tabela 2. Valores médios das características de desempenho e de carcaça de tilápias do Nilo alimentadas com dietas com diferentes graus de moagem dos ingredientes.


 

Moagem dos ingredientes (mm)


Características 0,50 0,75 1,00 1,50 CV (%)

Peso médio inicial (g) 11,97 12,05 11,95 11,93 1,10
Peso médio final (g)1 74,21 74,49 75,49 62,10 13,51
Ganho de peso (%)2 519,38 519,36 532,36 420,35 16,57
Comprimento total médio (cm)3 16,06 16,14 16,04 15,15 4,27
Conversão alimentar aparente4 1,39 1,39 1,43 1,71 10,26
Taxa de eficiência protéica5 2,44 2,45 2,44 1,96 11,07
Rendimento de corpo limpo (%)6 79,34 80,12 80,18 81,29 1,16
Rendimento de carcaça (%)7 46,54 45,56 45,92 46,60 1,53
Rendimento de filé (%)8 29,85 28,37 29,02 29,66 3,32
Gordura visceral (%)9 0,83 0,74 0,80 0,90 12,64
Fator de condição (peso/compr.3) 1,78 1,76 1,79 1,77 2,48

1 Y = 59,7464 + 0,04126X - 0,02638X2 (r2 = 0,98)
2
Y = 396,329 + 3,47401X - 0,022016X2 (r2 = 0,96)
3 Y = 15,2254 + 2,52315X - 1,71380X2 (r2 = 1,00)
4 Y = 1,58055 - 0,00060X + 0,000046X2 (r2 = 1,00)
5 Y = 2,00790 - 0,001283X + 0,00087X2 (r2 = 0,99)
6 Y = 78,4995 + 0,1839X (r2 = 0,95)
7 Y = 48,7968 - 0,63551X + 3,27655X2 (r2 = 0,80)
8 Y = 32,7508 - 0,00821X + 0,00413X2 (r2 = 0,67)
9 Y = 1,38838 - 0,14679X + 0,00008 X2 (r2 = 0,85)

Hayashi et al. (1999), utilizando dietas com os ingredientes moídos com peneira de 0,50 e 1,50 mm para a tilápia do Nilo em fase de crescimento, observaram melhores valores de peso final e conversão alimentar com o uso do menor grau de moagem, resultado este que é similar ao obtido neste trabalho. Por outro lado, Sveier et al. (1999) avaliando o uso de dietas com farinha de peixe finamente moída, padrão e grossa com em média 0,1 a 0,3; 1,0 e 30,-5,0 mm, respectivamente, para o salmão do atlântico (Salmo salar), observaram melhor taxa de crescimento especifico com a farinha de peixes padrão, embora a o observado por estes autores para a conversão alimentar a qual não foi afetada discorda do obtido para a tilápia do Nilo neste trabalho.

Tabela 3. Valores médios dos coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes e dos nutrientes digestíveis das dietas com diferentes graus de moagem dos alimentos.


Características Moagem dos ingredientes (mm)

0,50 0,75 1,00 1,50 CV (%)

Matéria seca1 75,82 74,91 73,89 52,74 1,83
Proteína bruta2 93,34 93,00 92,17 87,60 0,80
Energia bruta2 79,28 81,04 77,99 57,59 1,63
Proteína digestível (%) 29,98 32,26 31,97 30,39 -
Energiadigestível(kcal/kg) 2.938,40 2.838,00 2.724,40 2.049,20 -

1 Y = 59,2889 + 0,49978X - 0,00361425X2 (r2 = 0,99; p<0,0002)
2
Y = 91,1593 + 0,07587X - 0,000663569X2 (r2 = 1,00; p<0,027)
3 Y = 61,4524 + 0,54773X - 0,0038233X2 (r2 = 1,00; p<0,0001)

 

Tabela 4. Valores de composição do file de peixes submetidos a dietas com diferentes graus de moagem dos alimentos.


Características (%) Moagem dos ingredientes (mm)

0,50 0,75 1,00 1,50

Umidade 75,20 ± 0,83 75,10 ± 0,20 74,10 ± 0,59 75,00 ± 0,07
Cinzas 1,41 ± 0,08 1,41 ± 0,06 1,45 ± 0,08 1,35 ± 0,03
Proteína bruta 21,60 ± 0,78 21,10 ± 0,21 23,00 ± 1,48 21,80 ± 0,07
Extrato etéreo 1,42 ± 0,04 1,07 ± 0,09 1,21 ± 0,16  1,34 ± 0,18

 

O melhor desempenho dos animais alimentados com dieta de menor granulometria dos alimentos pode ser explicado pelo relatado por Zanotto et al. (1995), que a eficiência da digestão dos alimentos pode ser influenciada, entre outros fatores, pela superfície de exposição destes às secreções digestivas, bem como pelo tempo de passagem no trato gastrointestinal.

Os resultados dos CDA dos nutrientes observados para a tilápia do Nilo diferem dos obtidos por Sveier et al. (1999) que não observaram efeito de dietas com farinha de peixe com deferentes graus de moagem para o salmão do atlântico.

Os valores de rendimentos de carcaça e de filé e a percentagem de gordura visceral também sofreram efeito quadrático em função do aumento do tamanho das partículas das dietas (Tabela 1), porém com os valores mínimos em 0,970; 0,100; 0,877mm, respectivamente. Estes resultados discordam dos relatados por Hayashi et al. (1999), que não observaram efeito do uso de ingredientes com 0,50 ou 1,50 mm em dietas para a tilápia do Nilo sobre estas características. O comportamento destas variáveis deve estar relacionado com as diferentes disponibilidades dos nutrientes devido à moagem dos alimentos, como observado no ensaio de digestibilidade que consequentemente promovem uma mudança no estado nutricional dos animais com os peixes que consumiam as dietas com maiores teores de nutrientes disponíveis apresentando melhores características de caraça.

Enquanto o rendimento de peixe limpo apresentou aumento linear e o fator de condição não foi afetado pelos graus de moagem utilizados. Em relação ao fator de condição dos peixes, o obtido concorda com o observado para o salmão do atlântico por Sveier et al. (1999) e para a tilápia do Nilo por Hayashi et al. (1999) que não observaram mudanças no nesta variável para estes peixes quando alimentadas com dietas dietas com ingredientes com diferentes graus de moagem.

CONCLUSÃO

A moagem dos ingredientes com em peneiras com 0,79 mm de abertura é o mais adequado para a confecção de dietas peletizadas para a tilápia do Nilo em fase de crescimento.

Different milling degree of ingredients in pellet diets for Nile tilapia (Oreochromis niloticus L.) during the growth phase. Performance and apparent digestibility

SUMMARY

To evaluate the effect of diets with different milling degree of ingredients (MDI) in pellet diets on performance and carcass characteristics of tilápia do Nile, 100 fingerlings were used with initial average weight of 11.92 ± 0.29 g, which were distributed in a randomized block design, with four treatments and five replications. The experimental diets had different MDI, as 0.50, 0.75, 1.00, and 1.50 mm mesh. It was observed a quadratic effect (P<0,05) on final mean weight, percent weight gain, total length, apparent feed conversion, and protein efficiency rate with the best values of 0.782, 0.789, 0.739, 0.656, and 0.734 mm. The body and fillet yields and visceral fat had the smaller values 0.969, 0.100, and 0.877 mm, respectively. The carcass yield showed a linear increase and the condition factor was not affected by the MDI. It was observed a quadratic effect (P<0,02) of the ingredients milling degree on dry matter, crude protein, and gross energy digestible apparent with maximum values of 0.691, 0.572, and 0.716 mm, respectively. It may be concluded that the milling degree of ingredients at 0.79 mm was the more adequate in pellet diets for Nile tilapia during the growth phase.

Key Words: Milling degree, Nile tilapia, Oreochromis niloticus, particle size, performance.

BIBLIOGRAFÍA

Carneiro, D. J., S. H. S. Chaim e T. C. R. Dias. 1992. Efeito do processamento das dietas comerciais sobre o desenvolvimento produtivo do pacu, Piaractus mesopotamicus (Holmberg, 1887). Simpósio Brasileiro de Aquicultura, Peruíbe. SIMBRAq. pp. 44-51.

Egna, H. S. e C. E. Boyd. 1997. Dynamic of Pond Aquaculture. Boca Raton: CRC Press.

Euclydes, R. F. 1983. Manual de utilização do programa SAEG (Sistema para Análises Estatísticas e Genética). Viçosa: UFV, Brasil.

Graner, C. A. F. 1992. Determinação do crômio pelo método colorimétrico da s-difenilcarbazida. Faculdade de Ciências Medicas e Biológicas de Botucatu. Botucatu, Brasil.

Hayashi, C., W. R. Boscolo, c. m. Soares, V. R. Boscolo, e E. M. Galdioli. 1999. Uso de diferentes graus de moagem dos ingredientes em dietas para a tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus L.) na fase de crescimento. Acta Scientiarum, 21(3): 733-737.

Jauncey, K. e B. Ross. 1982. A Guide to Tilapia Feeds and Feeding. Scotland, University of Stirling.

Kubtiza, F. 1997. Qualidade do alimento, qualidade da água e manejo alimentar na produção de peixes. Simpósio sobre Manejo e Nutrição de Peixes, Piracicaba. CBNA. pp. 63-101.

Laurinen P., H. Siljander-Rasi, J. Karhunen, T. Alaviuhkola, M. NaÈsi, e K. Tuppi. 2000. Effects of different grinding methods and particle size of barley and wheat on pig performance and digestibility. Animal Feed Science and Technology, 83(1):1-16.

Meer, M. B., M. A. M. Machiels, e M. C. J. Verdegem. 1995. The effect of dietary protein level on growth, protein utilization and body composition of Colossoma macropomum (Cuvier). Aquaculture Research, 26(12):901-909.

Monticelli, C. J., J. F. M. Menten, D. L. Zanotto, G. J. M. M. Lima, e A. L. Guidoni. 1996. Efeito da granulometria do milho, da área por animal e do sexo sobre o desempenho de suínos em crescimento e terminação. Rev. Soc. Bras. Zoot., 25(6):1150-1162.

Mukhopadhyay, N., e A. K. Ray, 1997. The apparent total and nutrient digestibility of sal seed (Shorea robusta) meal in rohu, Labeo rohita (Hamilton), fingerlings. Aquaculture Research, 28(09): 683-689.

NRC (National Research Council). 1993. Nutrient Requirements of Fish. Academy Press. Washington, USA.

Pezzato, L. E. 1995. Alimentos convencionais e não-convencionais disponíveis para indústria da nutrição de peixes no Brasil. Simpósio Internacional sobre Nutrição e Crustáceos, Campos do Jordão. Vol. 1. pp. 34-52.

Rostagno, H. S., D. J. Silva, e P. M. A. Costa. 1994. Composição de alimentos e exigências e nutricionais de aves e suínos (Tabelas brasileiras). Viçosa: Imprensa Universitária, Brasil.

Sintayehu, A., E. Mathies, e K. H. Meyer-Burfdorff. 1996. Apparent digestibilities and growth experiment with tilapia (Oreochromis niloticus) fed soybean meal, cottonseed meal and sunflower seed meal. J. Appl. Ichthyol. Z. Angew. Ichthyol.. 12(2):125-130.

Sipauba-Tavares, L. H. 1994. Limnologia Aplicada à Aquicultura. FUNEP. Jaboticabal, Brasil.

Sveier, H., e E. Wathne. Lied Growth, feed and nutrient utilization and gastrointestinal evacuation time in Atlantic salmon (Salmo salar L.): the effect of dietary fish meal particle size and protein concentration. Aquaculture, 180(2): 265-282.

Zanotto, D. L., S. Nicolaiewsky, A. S. Ferreira, A. L. Guidoni, e G. J. M. M. Lima. 1995. Granulometria do milho na digestibilidade das dietas para suínos em crescimento e terminação. Rev. Soc. Bras. Zoot., 24(6): 428-436.


^

Zootecnia Tropical > Sumario de la Colección > Volumen 21